O treinador alemão Roger Schmidt deixou o comando do Benfica, com o qual tinha contrato até 2026, na sequência do empate com o Moreirense, na I Liga de futebol, anunciou no sábado, dia 31, o presidente do clube, Rui Costa.
“Roger Schmidt já não é treinador do Benfica. Chegados ao fim de quatro jornadas, decidimos que era o momento de trocar de treinador, face aos resultados e às exibições que não conseguimos obter e que ambicionávamos nesta altura”, disse Rui Costa, em conferência de imprensa, no centro de estágios do clube, no Seixal.
Na sexta-feira, as ‘águias’ empataram 1-1 em Moreira de Cónegos, na abertura da quarta jornada da I Liga, depois de terem perdido na estreia com o Famalicão (2-0) e, pelo meio, vencerem Casa Pia (3-0) e Estrela da Amadora (1-0), ambos em casa.
Após o encontro – e mesmo ao intervalo – a contestação dos adeptos benfiquistas presentes no estádio do Moreirense subiu consideravelmente de tom, com pedidos de “demissão”, dirigidos ao presidente Rui Costa e ao treinador alemão, que, de resto, abandonou o relvado diretamente para os balneários assim que soou o apito final.
Schmidt, de 57 anos, chegou ao Benfica no início da época 2022/23, para render Nélson Veríssimo – que tinha substituído Jorge Jesus a meio de 2021/22 -, tendo acabado com o hiato de troféus dos ‘encarnados’ nesse mesmo exercício.
Sem erguer qualquer troféu desde a Supertaça de 2019, as ‘águias’ sagraram-se campeãs nacionais pela 38.ª vez, sob o comando do técnico germânico, além de terem conquistado a Supertaça, perante o FC Porto, poucos meses depois.
A campanha na Liga dos Campeões em 2022/23, em que o Benfica venceu um grupo com Paris Saint-Germain e Juventus, antes de atingir os quartos de final, em que foi eliminado pelo Inter Milão, reforçou ainda mais o estatuto de Schmidt entre as hostes benfiquistas.
De tal forma que o treinador, que inicialmente tinha assinado por duas temporadas com o clube, acabou por renovar a ligação por mais dois anos, até 2026, quando ainda nem estava concluída a primeira época ao serviço do emblema lisboeta.
Contudo, apesar da conquista da Supertaça, a temporada passada ficou muito aquém do expectável, desde logo com a quebra considerável na qualidade do futebol praticado pela equipa, aliada aos resultados na Liga dos Campeões, em que o Benfica caiu na fase de grupos (com quatro derrotas, uma vitória e um empate) e foi relegado para a Liga Europa, sendo eliminado nessa competição nos ‘quartos’, face ao Marselha.
Na anterior edição da I Liga, em que somaram 25 vitórias, cinco empates e quatro derrotas, as ‘águias’ terminaram em segundo lugar, a 10 pontos do campeão Sporting, tendo ainda sido eliminadas nas meias-finais da Taça de Portugal, pelo rival lisboeta, e da Taça da Liga, pelo Estoril Praia.
Pelo meio, sofreram uma das mais pesadas derrotas dos últimos anos, em casa de outro rival, o FC Porto, por 5-0, em março.
Nesta nova temporada, o nível exibicional da equipa não registou qualquer evolução e a contestação ao treinador ganhou contornos ainda maiores, particularmente após o encontro com o Moreirense, que ditou o ponto final na ligação de Schmidt ao Benfica.